Vida assistida...

Finco os pés, finjo-me morto mas o destino insiste, empurra-me para a vida. Sinto o meu ponto morto, corrupio desenfreado de uma entrega assistida. Paro de respirar e o oxigénio borbulha pressionando o gás contra o saco pulmonar que força estendido ora amarrotado e me obriga. Paro de olhar e o cérebro pinta, embalado pelo ouvido a vista ressuscita. Deixo de sentir mas o arrepio coabita, percorre por debaixo da pele mil e uma nano toupeiras de pequena medida e o tacto arrebita. Os dias passam e às vezes o meu cérebro gravita, com a leveza, quando acelera ele logo se despista. Só posso concluir que a minha vida é assistida, não por mim mas por algo que carinhosamente a excita.

Deepmon.